O LEPFA desenvolve pesquisas e projetos envolvendo alunos de graduação e de pós graduação, agricultores e agricultoras, técnicos e extensionistas, relacionados à análise espacial e socioecológica de paisagens rurais e urbanas, com ênfase na estrutura, composição e dinâmica de agroecossistemas e de sistemas florestais (como remanescentes de florestas naturais, áreas em processo de restauração florestal e sistemas agroflorestais), e de recursos hídricos, em múltiplas escalas. É voltado à compreensão das relações existentes entre os componentes desses e nesses sistemas, enfocando aspectos produtivos, ecológicos, políticos, legais, sociais, culturais e econômicos, dialogando com a Agroecologia e o Desenvolvimento Rural.
O LEPFA está alocado na Casa 6 do Departamento de Desenvolvimento Rural - DDR-Ar no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar.
Existem muitas definições para o termo Paisagem. Nos dicionários, em português, as definições mais usualmente encontradas são “extensão territorial que a vista alcança”, e “reunião dos componentes e elementos, naturais ou não, observados a partir de um determinado lugar”. As paisagens podem ser entendidas como um mosaico de diferentes usos do solo, e podem ser estudadas e avaliadas em múltiplas escalas. Sua composição e configuração incide em diferentes possibilidades de uso e conservação, nos diferentes agro e ecossistemas que as compõem. As paisagens atuais são um reflexo da ação das populações humanas que as ocupam ou ocuparam no passado, o que determina sua conformação, transformações – no espaço e no tempo, estado de conservação, e os bens e serviços que podem ser obtidos delas, para diferentes espécies, incluindo as populações humanas.
Florestas são um tipo de vegetação em que existe predominância do componente lenhoso ou arbóreo, com cobertura de copa superior a 10%. No Brasil existem muitas tipologias de vegetação florestais, nos diferentes biomas, com diferentes características em termos de sua estrutura, composição e funcionamento. No LEPFA estudamos o componente arbóreo e florestal em paisagens rurais, urbanas e periurbanas, buscando avaliar sua presença, espacialização e papéis que desempenha. A conservação, uso e restauração de florestas também são pautas em nossas ações de ensino, pesquisa e extensão, assim como a presença e papel do componente arbóreo, e suas múltiplas funções e relações com os modos de vida de populações e comunidades, em sistemas florestais e agroflorestais de uso múltiplo.
A Agroecologia pode ser entendida como ciência, como prática e, ainda, como movimento social. Enquanto Ciência busca estudar, compreender, desenhar e manejar agroecossistemas complexos, com ênfase a aspectos ecológicos e sociais. As práticas agroecológicas pautam-se em aliar a produção agrícola à conservação da agro e biodiversidade, e à busca pela sustentabilidade em sistemas produtivos. A Agroecologia tem forte viés social, dialogando com movimentos sociais e populares, e pressupondo formas de ação coletivas e a articulação de sujeitos, como resistência a modelos hegemônicos de agricultura. Traz em suas bases fundamentais a valorização de saberes populares e tradicionais, a busca pela emancipação e construção de autonomia para transformação da realidade no meio rural.
A interdisciplinaridade é uma estratégia cada vez mais valorizada na pesquisa científica, pois permite abordar problemas complexos de forma mais completa e eficiente. Ela se caracteriza pela integração de conhecimentos e metodologias de diferentes áreas do conhecimento para compreender e resolver problemas que ultrapassam as fronteiras disciplinares.
A combinação de diferentes disciplinas e metodologias permite uma compreensão mais completa e eficiente dos problemas. Geotecnologias, incluindo sensoriamento remoto, SIG e modelagem, são ferramentas importantes para coletar e analisar dados relacionados a paisagens, florestas e agroecologia. Essas disciplinas combinadas permitem a compreensão de como os processos humanos e naturais interagem e como essas interações afetam a produção de alimentos, a conservação de recursos naturais e a sustentabilidade ambiental.
Além disso, a interdisciplinaridade também permite a colaboração entre pesquisadores de diferentes áreas, o que pode levar a novas perspectivas e abordagens inovadoras. É importante que as equipes de pesquisa sejam formadas por membros com diferentes formações e habilidades, que sejam encorajadas a trabalhar de forma colaborativa e integrada, além de estarem abertos a novas ideias e perspectivas.