Financiador: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Populações rurais formam um grupo social bastante atingido pela Pandemia de Covid19 e, segundo a Agenda de Pesquisa das Nações Unidas, sofrem grande marginalização. Este projeto tem por objetivo estabelecer uma rede colaborativa de pesquisa, para analisar o sistema socioecológico da Agricultura Familiar, em uma região de fronteira agrícola, enfocando as etapas de análise da resiliência - Resiliência de que?, Resiliência contra que?, Estratégias de adaptação aos impactos - em quatro dimensões de análise (formas de ocupação da paisagem e uso de recursos, relações econômicas e de mercado, interações sociais, governança e instituições).
O processo é baseado na metodologia de Pesquisa-Ação, e visa a construção de Conhecimento Interdisciplinar, a partir da participação dos grupos sociais envolvidos, e tendo a Teoria da Resiliência como tema integrador. Analisaremos os impactos e possíveis estratégias para fortalecimento da resiliência dos agricultores neste novo cenário, nas temáticas: 1- Produção e comercialização; 2- Governança local; 3- Saúde, bem-estar e qualidade de vida; 4- Inclusão social; 5- Formação e educação; 6- Tecnologias de informação e comunicação. Avaliaremos os resultados obtidos relacionando-os ao (i) papel das políticas compensatórias implementadas no cenário pré pandemia, suas falhas e avanços, e (ii) Possibilidades de articulação de políticas públicas com gestores municipais, utilizando-nos de metodologias participativas envolvendo diferentes atores sociais. Nosso objetivo é interpretar os resultados de forma colaborativa com as comunidades, para que a compreensão sobre processos e proposição de estratégias sejam coletivas, participativas e dialógicas, aproveitando conexões já estabelecidas entre comunidades, ONGs e universidades..
Financiador: Centro de Ciências Agrárias - CCA/UFSCar, via Fundação de Apoio Institucional - FAI/UFSCar
O desenvolvimento de paisagens sustentáveis deve enfocar o equilíbrio entre suas funções produtivas, econômicas, socioculturais e ecológicas. Em áreas rurais, a demanda por alimentos, conservação da biodiversidade e garantia de serviços ecossistêmicos precisam ser conciliadas, e sistemas agrícolas devem ser entendidos como sistemas socioecológicos complexos, com impactos em múltiplas escalas.
O desenvolvimento rural deve conceber novas paisagens produtivas e multifuncionais, que contenham agroecossistemas mais amigáveis social e ambientalmente. Neste contexto, as árvores podem desempenhar um papel importante na realização de serviços ecossistêmicos, no fornecimento de produtos e como componentes de sistemas produtivos. Em áreas urbanas, por sua vez, vários problemas socioambientais podem ser minimizados com a presença de árvores e das chamadas florestas urbanas.
As árvores podem embasar o desenho de sistemas que gerem multifuncionalidade e aumentem a sustentabilidade nas paisagens onde se inserem. Nessas paisagens há que se compreender as possibilidades de usos e funções de árvores e florestas, bem como as relações entre as pessoas e o componente arbóreo, e seu papel no desenvolvimento e manutenção de múltiplos modos de vida. Esta pesquisa está pautada na análise de possibilidades e na compreensão da utilização do componente arbóreo e florestal na construção de paisagens sustentáveis.
Financiador: Centro de Ciências Agrárias - CCA/UFSCar, via Fundação de Apoio Institucional - FAI/UFSCar
A análise das interações entre a paisagem e as atividades agrícolas ainda é um desafio, visto que envolve competência em várias áreas do conhecimento, em estudos interdisciplinares. Os sistemas socioecológicos consideram que sistemas naturais e sistemas sociais formam, em diversas escalas geográficas, sistemas complexos adaptativos compostos por um subsistema ecológico (paisagem agrícola), um subsistema social (agricultura) e um subsistema de interações que os conecta e condiciona suas capacidades adaptativas ao longo do tempo.
O sistema socioecológico pode ser organizado de acordo com uma hierarquia espacial dupla (paisagem e agricultura), com no mínimo três principais escalas (regional, unidade produtiva e parcela).
A modelagem desse sistema pode utilizar geotecnologias, como sensoriamento remoto (imagens orbitais e de VANT) e sistemas de informação geográfica, que também incrementam as análises integradas.
Com esse projeto objetivamos o desenvolvimento de metodologias para trabalhos interdisciplinares na temática de desenvolvimento rural agregando diversas áreas das ciências natureza e sociedade para subsidiar proposições de redesenho de agroecossistemas a partir de uma abordagem integrada (ecológica, econômica e social)
Financiadores: Fundo Amazônia; Instituto Ouro Verde; Instituto Centro de Vida
Este projeto de pesquisa baseia-se em uma visão sistêmica sobre a agricultura familiar, considerando toda a sua complexidade. Está estruturado na necessidade de reinvenção das estratégias de resiliência da agricultura familiar e nos desafios teóricos e práticos associados a esta ideia, envolvendo a articulação de pesquisa interdisciplinar com ações de formação e extensão, com ênfase em:
(i) formas de ocupação da paisagem e uso de recursos naturais;
(ii) interações sociais, cultura e modos de vida;
(iii) governança, gestão e instituições;
(iv) relações econômicas e de mercado.
Inclui as relações com atores e processos - em diferentes escalas- que provocam mudanças sociais e ambientais, com vistas a um diagnóstico de como essas interações moldam o comportamento individual e as estruturas sociais, e de como afetam a paisagem e o território.
O projeto abrange dez municípios, nas regiões Norte e Noroeste do estado do Mato Grosso (circunscritas à Amazônia Legal), que perfazem duas paisagens muito distintas em termos de cobertura vegetal e uso do solo. A região Norte (instituída pelo Governo Federal como Território da Cidadania Portal da Amazônia) caracteriza-se por intensa degradação e fragmentação florestal advindas de processos históricos de ocupação do solo.
Já no Noroeste a matriz ainda é predominantemente florestal, com vegetação bem conservada, o que consubstancia modelos e sistemas de produção (e escolha de espécies) bastante distintos nas duas paisagens. Pensar a resiliência da agricultura familiar nessas duas regiões envolve o imenso desafio de caracterizá-las, estudá-las, e de propor estratégias de fortalecimento deste segmento em suas áreas de abrangência.
Com foco na resiliência da agricultura familiar na Amazônia mato-grossense, este projeto têm ênfase interdisciplinar e abrange seis linhas de pesquisa principais, relacionadas aos modos de vida nesses territórios e a distintos sistemas de produção:
(i) Modos de Vida e Resiliência;
(ii) Organização e bem-estar social, aprendizagens e história da agricultura familiar;
(iii) Soberania alimentar;
(iv) Pecuária de leite;
(v) Sistemas agroflorestais e
(vi) Manejo Florestal
São seis escalas: parcela, unidade de produção (propriedade rural), comunidade, município, território e Amazônia mato-grossense.
O arranjo institucional para a pesquisa envolve duas organizações não governamentais (Instituto Ouro Verde e Instituto Centro de Vida), com articulação direta com grupos de agricultores, e cinco universidades (Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, Universidade da Flórida - UF, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, Universidade de São Paulo - USP; e Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG). O projeto estabelece mecanismos específicos para a interação entre os atores envolvidos.